Reginaldo Monteiro e Xênia Guerra reúnem a advocacia em um lançamento histórico
- 24/10/2024 15:44
- Redação/Assessoria
Sinop mais uma vez será a incubadora de uma instituição de ensino superior. Depois da Fasipe, que já atravessou os limites do município, a nova aposta é em um modelo de faculdade voltada para a formação tecnológica, com uma “alma” de carcará: criando profissionais para comporem a elite do mercado de trabalho.
Batizada de Fastech – abreviação para Faculdade de Tecnologia de Sinop – a instituição foi criada por um dos médicos mais renomados da cidade, o oftalmologista Johny Rattmann, proprietário e fundador da Sinop Clínica – a maior clínica de saúde privada do país.
O novo empreendimento, fora da sua área de especialidade, foi se desenhando a partir de uma experiência que Johny teve em 2008. Com o apoio de amigos e empresários, o médico fez algumas incursões, a bordo de um pequeno avião, visitando lugares inacessíveis, com o propósito de atender as pessoas esquecidas pelo Estado. Com uma força tarefa, Johny realizou cirurgias de catarata em pacientes do interior, sem cobrar pelo procedimento. Esse grupo de trabalho se auto intitulou Carcará. “Tudo passa, tudo sempre passará e todo mal será levado nas asas de um Carcará”, lembra Johny, recitando o lema do projeto.
Johny é filho de um marceneiro com uma trabalhadora doméstica. Sua condição foi transformada através da educação. Embora estivesse atendendo os necessitados pelo interior do Estado, o médico percebeu que o remédio para essa condição é a educação. O resto é analgésico. “Conhecimento é o único remédio para os males do mundo. O conhecimento tira as pessoas da pobreza e a pobreza da alma das pessoas”, comenta Johny.
O médico queria distribuir para os outros o remédio que usou. E para funcionar, teria que ser de qualidade, feito com ciência, manipulado com tecnologia e com o espírito do carcará. Estava posta a fórmula da Fastech
Dando asas ao projeto
Johny idealizava uma faculdade que fosse efetiva como um carcará - ave rapineira conhecida pela capacidade de se adaptar as condições do meio, por voar alto e, principalmente, pelas garras. O médico queria uma instituição de ensino capaz de formar “carcarás”.
Em 2017 ele encontrou o especialista no assunto. Após algumas conversas, Johny atraiu para Sinop o Sílvio Frank, um piloto com experiência no ensino superior para dirigir e modelar a Fastech.
Frank foi instruído na Academia de Polícia Militar de Barro Branco, instituição que forma os oficiais das forças policiais de São Paulo. Com a patente de coronel, Frank atuou como piloto do Grupamento Águia, que faz o policiamento aéreo com os helicópteros. Em 2004, Frank foi conduzido para a Base Aérea de Bauru, onde comandou a parte de formação de novos pilotos e especialização dos oficiais. O currículo de envergadura ainda conta com uma passagem de 4 anos como instrutor do Curso de Ciências Aeronáuticas na Airbus Helicopteres de Minas Gerais – empresa dedicada a formação de pilotos e fabricação de helicópteros para a Força Aérea Nacional.
O coronel será o “piloto” da Fastech. Todos os processos de fundação da faculdade e validação junto ao MEC (Ministério da Educação e Cultura), foram conduzidos por Frank. “Os processos de registro da instituição e dos cursos junto ao MEC já foram vencidos. Estamos na fase de avaliação”, explica Frank.
Segundo ele, as avaliações in-loco já foram realizadas e dentro de uma semana o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), deve anunciar a ratificação com os resultados. “A primeira parte, com os avaliadores, foi bastante positiva”, revelou.
A Fastech nasce grande, com 5 cursos de ponta. Um dos destaques da instituição é o curso de Ciências Aeronáuticas – oferecendo uma formação de nível superior nessa área. A grade segue com duas engenharias: Alimentos e Produção. A Fastech terá ainda os cursos de Gestão do Agronegócio e, abrindo a área da saúde, Estética. “A Fastech será uma instituição de ensino para formação científica e tecnológica, com ênfase nas áreas de engenharia e saúde. Não é algo para atender apenas Sinop. Estamos fazendo uma faculdade que será referência nos cursos que oferece para todo o Centro-Oeste. Será mais uma importante estrutura a compor o POLO universitário de Sinop”, idealiza o coronel.
Para abrigar esse quadro de cursos cobiçados, a Fastech tratou de erguer sua sede própria. A estrutura começou a ser construída em julho de 2017, no Jardim Curitiba, com 5 mil metros quadrados de área construída.
O prédio imponente conta com 23 salas de aula, cantina, biblioteca, um auditório com capacidade para 300 pessoas sentadas e uma extensa área de convívio. O GC Notícias visitou a estrutura essa semana. A obra está em sua fase final e a projeção é de que fique pronta na primeira semana de abril. Segundo Jonhy, a inauguração oficial será no dia 18 de abril, uma data que tem um significado emocional para o médico. “É a data de aniversário do meu pai. Se ele estivesse vivo completaria 98 anos”, conta Jonhy.
Algumas alas da unidade já estão prontas. Conforme Silvio Frank, a biblioteca e a sala do simulador de voo já estão prontas e equipadas.
Parte do corpo docente já foi contratado. Serão 25 professores nesse primeiro ano. Aproximadamente 80% dos professores contratados possuem mestrado ou doutorado. Apenas 20% tem pós-graduação. “Não temos nenhum professor em nossa equipe que não tenha experiência direta no ramo de atividade que vai lecionar. Buscamos profissionais com alta formação acadêmica e que também atuam no mercado de trabalho, em suas profissões. Essa é uma forma de garantir que os acadêmicos tenham, desde o primeiro momento, contato com a realidade da profissão para qual estão estudando”, expõe Frank.
A Faculdade de Tecnologia deve aproveitar o Enem para o processo de seleção dos alunos, mas não descarta a realização de um vestibular próprio. Caso as permissões do MEC sejam confirmadas nas próximas semanas, a faculdade já abre suas portas para os acadêmicos no segundo semestre de 2019.