Análise: retorno de Neymar em

Análise: retorno de Neymar em "jogo de Copa" avaliza Seleção ideal de Tite

  • 03/06/2018 19:58
  • Redação/Assessoria

Entrada do camisa 10 permitiu a tão sonhada escalação de Coutinho no meio de campo, o que literalmente também abriu caminho para a vitória no difícil amistoso contra a Croácia

 

Tite tem razão quando diz que Neymar é apenas um dos protagonistas (ou parte integrante) da seleção brasileira. O treinador teve esse cuidado novamente na entrevista ao final da difícil vitória de domingo sobre a Croácia, por 2 a 0, em Liverpool. Vitória que começou a ser construída, sim, após a entrada do camisa 10 no intervalo, mas não exclusivamente devido ao seu talento técnico.

 

Mesmo o golaço marcado por ele aos 23 minutos da etapa final, o primeiro a tirar o zero do placar do Anfield Road, saiu de uma construção coletiva. Que só foi possível porque, com a substituição de Fernandinho por Neymar, Philippe Coutinho pôde ser deslocado da esquerda para o meio de campo. O tão idealizado desenho de Tite, que não vinha sendo possível por conta de lesões.

 

Veio de Coutinho o passe para o grande nome do time invadir a área e entortar a marcação croata antes de balançar a rede:

 

No primeiro tempo, o tripé de meio formado por Casemiro, Paulinho e Fernandinho não conseguiu fazer a transição para o ataque. Por diversas vezes, Thiago Silva e Miranda se viram em apuros na saída de bola e deixaram Alisson em situação delicada. Como no lance abaixo, em que a marcação alta da Croácia fez o goleiro trabalhar.

 

Antes do intervalo, o Brasil finalizou cinco vezes, sendo a primeira somente aos 22 minutos. E nenhuma delas verdadeiramente assustou o goleiro Subasic, que estava bem posicionado para os dois fortes chutes de Willian, o brasileiro mais agudo no primeiro tempo.

 

No segundo tempo, com Neymar na esquerda e Coutinho no meio, o Brasil ganhou também taticamente, em espaço. O armador, outro protagonista do time de Tite, se deslocou bem mais para dar opção de passes verticais à dupla de zaga na saída de bola. Quando os recebia, tinha qualidade para superar a marcação e distribuir o jogo.

 

Os números confirmam a visível melhora. Mais confortável com a vitória parcial e a fim de aproveitar o amistoso de fato como um importante teste para a Copa do Mundo, Tite sacou os jogadores mais cansados e aos poucos gastou as seis substituições permitidas - Roberto Firmino, uma delas, fechou o placar nos acréscimos com outro golaço.

 

Neymar, que voltou a atuar três meses depois de operar o pé direito, ainda não está 100% fisicamente e poderá oscilar nas próximas partidas, como bem observou o treinador. Mas a Seleção tem uma ideia definida de jogo, e ela passa por Coutinho (ou o hoje resrva Renato Augusto) no meio. Para isso, a futura recuperação de Douglas Costa, outra alternativa para a beirada de campo, será bem-vinda.

 

  • Fonte: Tossiro Neto